Abaixo o home office!
Vivaldo José Breternitz (*)
Os defensores da guerra ao home office ganharam mais munição: autoridades do governo americano acusaram Tyler Laudon de ter obtido ganhos da ordem de US$ 1,8 milhões em bolsa de valores com o uso de informações privilegiadas, o que é ilegal.
Laudon teria obtido essas informações ouvindo o que sua esposa discutia em reuniões enquanto trabalhava home office – o assunto era a aquisição de uma empresa menor pela petroleira BP, da qual ela era executiva.
Laudon, que também trabalhava home office próximo a ela, embora para outra empresa, confessou à esposa o que fizera, justificando pretender ganhar o suficiente para que “ela não precisasse mais trabalhar tanto” ...
A esposa, por sua vez, levou o assunto aos seus superiores, que apesar de não terem evidências de que ela havia propositadamente passado as informações ao marido, demitiram-na.
O caso trouxe mais munição à luta entre os apoiadores e os não apoiadores do home office. Os primeiros, alegam que a modalidade traz benefícios à saúde dos empregados, diminui o trânsito nas cidades etc. Os últimos, dizem que a proximidade entre os empregados aumenta a produtividade e a criatividade, fortalece o espírito de equipe e agora, aumenta a segurança das informações.
Algumas empresas, como o grupo Goldman Sachs já estão exigindo o comparecimento aos escritórios de boa parte dos funcionários, cinco dias por semana; outras, como o Google, estão pressionando nesse sentido.
Quanto aos mais proximamente envolvidos neste caso, Laudon está sendo processado criminalmente, enquanto sua esposa deixou o lar e pediu divórcio.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.