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Internet das Coisas: benefícios e ameaças
Ciência & Tecnologia
Publicado em 20/04/2024

Internet das Coisas: benefícios e ameaças

Vivaldo José Breternitz (*)

De forma simplificada, podemos dizer que o termo Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) descreve uma situação em que objetos do nosso dia a dia, conectados à internet, capturam e trocam dados entre si.

 

Este não é um cenário futurístico, é algo que já está acontecendo: pessoas, empresas e governos utilizam dispositivos como computadores, smartphones, câmeras e sensores de diversos tipos, buscando   tornar mais eficientes operações industriais, otimizar o tráfego de veículos, monitorar a saúde etc.; fica evidente que a IoT, especialmente quando operando em conjunto com inteligência artificial, traz muitos benefícios à sociedade, aumentando a produtividade, a segurança, a saúde – a qualidade de vida, enfim.  

 

O número de “coisas” conectadas impressiona: estima-se que cerca de 17 bilhões de dispositivos compõem a IoT atualmente e que esse número chegará a   30 bilhões em 2030 – serão mais de três dispositivos para cada habitante do planeta.

 

Ocorre que muitas dessas “coisas” são fabricadas por pequenas empresas, desconhecidas, que não tem marcas ou reputação a proteger: procuram produzir o máximo possível e vender a preços muito baixos, como forma de realizar lucros rapidamente. Não tem qualquer preocupação com a segurança de seus usuários, não dotando seus produtos com estruturas de encriptação de dados, exigências quanto a senhas fortes, possibilidade de o usuário alterar a senha padrão que vem de fábrica etc.

 

Hackers podem invadir essas “coisas” facilmente, podendo, por exemplo, desabilitar câmeras e alarmes, atacar linhas de produção, hospitais etc. Numa escala maior, podem “recrutar” verdadeiros exércitos desses dispositivos aparentemente inocentes, à revelia de seus proprietários, e em algum momento colocá-los em ação, por exemplo enviando imensos volumes de mensagens a um dado portal, “travando-o”; um ataque como esse é chamado DDoS “Distributed  Denial of Service” e pode gerar transtornos imensos a toda uma população.

Isso não é ficção; um caso clássico ocorreu   em 2016, quando três jovens com idade ao redor de 20 anos, visando bater outros jogadores do game online “Minecraft” acabaram deflagrando um ataque que paralisou as operações da Amazon, Netflix e Paypal em boa parte dos Estados Unidos.

 

É mais um caso em que avanços tecnológicos trazem muitos benefícios, mas também muitas ameaças. É mais uma situação em que pessoas, empresas e governos devem se unir para maximizar aqueles e minimizar estes.

 

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

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