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Rádios AM devem ser obrigatórios nos carros americanos
Ciência & Tecnologia
Publicado em 13/05/2024

Rádios AM devem ser obrigatórios nos carros americanos  

Vivaldo José Breternitz (*)

Está em discussão no Congresso americano um projeto de lei que prevê a exigência de que todos os carros novos saiam da fábrica equipados com rádios AM.

Ao que consta, o projeto conta com o apoio de cerca de 330 legisladores, o que tornaria sua aprovação praticamente certa.

Os senadores Edward Markey e Ted Cruz, que lideram a campanha pela aprovação do projeto, afirmam que a medida atende a interesses de ouvintes, emissoras de rádio e serviços de socorro. Naquele país, 82 milhões de pessoas ainda ouvem rádio AM.

O projeto nasceu em pelo fato de algumas montadoras deixaram de oferecer esses rádios, especialmente em carros elétricos, cujos motores podem gerar interferência nos rádios; medidas para eliminar essas interferências elevam o custo desses veículos. Além disso, a medida impacta a autonomia dos mesmos.

Mas não é apenas esse o problema; a Ford, por exemplo, disse que deixaria de oferecer rádios AM em seus veículos   porque as estações de rádio estão se modernizando oferecendo streaming pela internet e FM, além de rádio digital e via satélite, e que essas passariam a ser as opções de áudio em seus veículos.

Além da Ford, sete outras montadoras disseram a um comitê do Congresso que abandonariam o rádio AM: BMW, Mazda, Polestar, Rivian, Tesla, Volkswagen e Volvo, medida que segundo o senador Markey praticamente eliminaria a capacidade de difusão de informações aos motoristas em casos de emergência.

Mas críticos do projeto de lei não aceitam esse argumento. Em outubro de 2023 a Federal Communications Commission, órgão do governo americano, conduziu um teste acerca de difusão de informações para situações de emergência, concluindo que dos 95% dos participantes do teste que receberam as informações, apenas 6% as receberam via rádio, das quais 1% via rádio AM – a grande maioria dos participantes do teste recebeu o alerta através de seus smartphones.

É surpreendente o fato de que uma tecnologia tida como ultrapassada possa voltar à ordem do dia, mas em época de eleições, com os políticos buscando agradar seu eleitorado, tudo pode acontecer.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

 

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