Cresce o uso de inteligência artificial para fins militares
Vivaldo José Breternitz (*)
Um grupo de soldados está sob ataque de inimigos abrigados em edifícios ao redor da praça onde estão os soldados.
Um deles pede ajuda pelo rádio e, em poucos minutos, uma frota de pequenos drones equipados com explosivos voa pela praça, entra nos edifícios, identifica os atacantes e em seguida explodem, eliminando-os.
Esse é o roteiro de um vídeo publicitário da Elbit Systems, empresa israelense produtora de armas, que enfatiza as capacidades dos drones equipados com inteligência artificial (IA).
Enquanto empresas como a Elbit promovem avanços na área de IA, essa tecnologia está cada vez mais presente no mundo real.
O exército ucraniano tem usado drones equipados com IA e armados com explosivos para atuar no campos de batalha e atacar refinarias de petróleo russas. Sistemas de IA americanos identificaram alvos na Síria e no Iêmen para ataques aéreos no início deste ano. As Forças de Defesa de Israel, por sua vez, usaram tecnologia similar para apontar cerca de 37 mil palestinos suspeitos de pertencerem ao Hamas durante as primeiras semanas da guerra em Gaza.
Crescentes conflitos em todo o mundo têm atuado como aceleradores e campos de teste para a guerra baseada em IA deixando ainda mais evidente o quão não regulamentado é esse campo emergente – talvez acordos como os que envolvem armas atômicas pudessem trazer uma pouco mais de segurança ao planeta.
A título de curiosidade, vale registrar que a Elbit fornece equipamentos de defesa também ao Brasil, tendo recentemente vencido uma licitação promovida pelo Exército para o fornecimento de 36 obuseiros 155mm, que devem custar cerca de um bilhão de reais.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.