Nostalgia digital: o fax segue vivo
Vivaldo José Breternitz (*)
Segundo pesquisas do jornal britânico The Guardian, o fax ainda é usado por cerca de 25 milhões de pessoas.
Em 1843, o francês Alexander Bain patenteou um telégrafo elétrico capaz de transmitir imagens por meio de fios - essa patente, a partir da qual não se conseguiu criar um produto, já descrevia os princípios básicos do que viria a ser o fax.
Em 1926 o primeiro protótipo do fax, como o conhecemos, foi criado nos Laboratórios Bell, juntando as ideias de Bain às de Alexander Graham Bell, o inventor do telefone.
Mas o fax demorou muito para se popularizar, especialmente porque, na época, a tecnologia ainda era muito rudimentar e cara, e a infraestrutura de telefonia necessária à sua utilização não estava amplamente disponível.
A partir da década de 1970, o fax começou a ser produzido em grande escala e a se popularizar, chegando ao auge nas décadas de 1980 e 1990. Sua utilização foi intensa em áreas muito diversas, como negócios, medicina e jornalismo.
A capacidade de enviar documentos rapidamente e com imagens de qualidade, revolucionou as comunicações; era comum encontrar máquinas de fax em escritórios, hospitais e até mesmo em residências. O "bip" característico emitido pelos aparelhos ao receberem uma mensagem, tornou-se um som familiar para muitos.
Com o advento da internet e do e-mail, a utilização do fax começou a declinar; enviar documentos se tornou mais rápido, prático e econômico com essas novas tecnologias.
Atualmente, o fax é considerado obsoleto, mas ainda tem usuários fiéis, como a agência gestora das ferrovias do norte da Grã Bretanha. Muitos hospitais na Alemanha ainda usam a tecnologia, além de, surpreendentemente, um quarto das empresas desse país serem usuárias. Mas há outros fãs do fax, como a estrela da música country Dolly Parton, uma fiel adepta da tecnologia.
Em resumo, a história do fax é um exemplo fascinante de como a tecnologia evolui ao longo do tempo. O que antes era considerado uma inovação revolucionária, hoje é visto como algo antiquado. No entanto, o legado do fax permanece, e sua invenção contribuiu para o desenvolvimento de tecnologias de comunicação mais avançadas
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.