Cuidado com as senhas que você usa
Vivaldo José Breternitz (*)
Apesar de os ataques cibernéticos serem cada vez mais comuns, boa parte das pessoas não se preocupa em adotar senhas mais difíceis de serem descobertas por invasores.
O gerenciador de senhas NordPass lançou mais uma edição de sua lista anual das senhas mais populares do mundo - e a falta de criatividade persiste: pelo segundo ano consecutivo, "123456" foi a senha mais comum. Entre as dez primeiras colocadas estão também “password”, “qwert1” e “secret”.
"123456" liderou o ranking em cinco das seis vezes que o NordPass compilou sua lista, sendo apenas suplantada por "password" em 2022.
Mas examinando a lista, há outros achados interessantes: há aqueles que escolhem "iloveyou" e aqueles que optam por "fuckyou". Outros têm interesses distintos, como "pokemon", "naruto", "samsung" e "minecraft".
Muitos escolhem nomes de pessoas, como "michelle" ou "ashley", mas pelo menos algumas pessoas fazem uma tentativa canhestra de criar uma senha segura, como “P@ssw0rd" por exemplo – há ferramentas de software que quebram uma senha como essa em menos de um segundo!
Há pequenas diferenças nas senhas de outros países: a lista do Reino Unido, por exemplo, tem "liverpool" perto do topo. A Finlândia e a Hungria, têm "salasana" e "jelszo" no topo de suas listas – nos idiomas locais, essas palavras significam "senha"...
O NordPass disse que para criar sua lista usou um banco de dados de 2,5 terabytes criado a partir de "fontes publicamente disponíveis", algumas das quais podem ser encontradas na dark web.
Hackers podem quebrar essas senhas em frações de segundo – se você usa uma delas, está correndo perigo e deve muda-la urgentemente, mas escolhendo algo um pouco mais criativo do que "senha".
Uma boa alternativa é usar passkeys, uma ferramenta que basicamente utiliza métodos biométricos como impressões digitais ou reconhecimento facial para autenticação, eliminando a necessidade de digitar senhas.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.