EDUCA WEB RADIO
Robôs estão cortando custos de forma brutal na Amazon
Ciência & Tecnologia
Publicado em 11/02/2025

Robôs estão cortando custos de forma brutal na Amazon

Vivaldo José Breternitz (*)

O Morgan Stanley, um dos maiores bancos de investimento do mundo, publicou um interessante relatório acerca do uso de robôs pela Amazon.

A Amazon há muito tempo vem investindo em robôs. Desenvolver e implantar essas máquinas custa milhões de dólares, mas o Morgan afirma que em 2030 elas poderão estar gerando para a empresa economias da ordem de US$ 10 bilhões ao ano.

O uso de robôs pela Amazon em seus centros de distribuição e armazéns remonta a mais de uma década, mas seu uso vem aumentando nos últimos anos, passando de 350 mil robôs em 2021 para mais de 750 mil em junho de 2023.

Os robôs executam virtualmente todas as tarefas que um humano é capaz de executar, desde separar, embalar, classificar e transportar mercadorias, até gerenciar estoques e   armazenamento. Essas atividades respondem por cerca de   60% dos custos de distribuição.

Conforme o relatório, a Amazon desenvolveu seis novos tipos de robôs para armazenamento nos últimos três anos. Um desses é o Digit, um robô bípede, com 1,75m de altura e 65kg, que pode andar para frente, para trás e para os lados, abaixar-se e manusear itens, usando garras semelhantes a braços e mãos.

Em setembro de 2024, a Amazon abriu um novo centro de distribuição em Shreveport, Louisiana, que foi o primeiro a incluir os seus robôs mais modernos. O Morgan Stanley diz que acredita em uma redução de 25% nos custos nesse armazém em relação aos armazéns convencionais.

A economia de US$ 10 bilhões ao ano será alcançada se os robôs forem usados para processar 40% dos pedidos recebidos nos Estados Unidos.    Mas, para isso, são precisos grandes investimentos: os   centros de distribuição convencionais da Amazon custam cerca de US$ 200 milhões, enquanto aqueles em que operam robôs de última geração custam cerca de US$ 450 milhões.

Até mesmo adaptar os centros atuais para que neles operem os novos robôs, custa cerca de US$ 100 milhões. Mas se as previsões do Morgan Stanley forem precisas, as economias a longo prazo fazem com que os investimentos valham a pena.

O relatório pouco fala sobre o impacto que esses robôs terão nos empregos. A Amazon insiste que os robôs são utilizados para permitir que os trabalhadores passem a desempenhar funções mais “nobres” e não para simplesmente para cortar os custos de mão de obra.

Infelizmente sabemos que isso não é verdade.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!