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Lixo eletrônico: geração cresce mais que a reciclagem
Ciência & Tecnologia
Publicado em 16/02/2025

Lixo eletrônico: geração cresce mais que a reciclagem

Vivaldo José Breternitz (*)


Chamamos “lixo eletrônico” os dispositivos que funcionam conectados à rede elétrica ou usam baterias e que são descartados; dentre esses dispositivos estão celulares, brinquedos, televisores, fornos de micro-ondas, cigarros eletrônicos, computadores portáteis, painéis solares e as próprias baterias.

Agências da ONU acabam de divulgar relatórios dando conta que a geração de lixo eletrônico está aumentando em todo o mundo, enquanto as taxas de reciclagem permanecem baixas e provavelmente cairão ainda mais. Não estão incluídos nos dados divulgados os resíduos gerados por veículos elétricos, que essas agências enquadram em uma categoria separada.

Segundo esses relatórios, cerca de 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico foram geradas em 2022. Esse número pode chegar a 82 milhões de toneladas até 2030.

Metais como cobre, ouro, ferro e terras raras representam a metade do peso do lixo eletrônico gerado e valem cerca de US$ 91 bilhões, segundo o relatório. Os plásticos representam 17 milhões de toneladas e os 14 milhões de toneladas restantes são compostos por vidro e outros materiais.

Segundo a ONU, apenas 22% da massa de lixo eletrônico foi coletada e reciclada adequadamente em 2022, devendo esse número cair para 20% até o final da década, principalmente em função do aumento do uso desses equipamentos, ciclos de vida de produtos mais curtos, poucas opções para reparo e   infraestrutura inadequada de processamento do lixo eletrônico.

Apenas 1% da demanda pelas valiosas terras raras, necessárias à fabricação desses produtos,   é atendida pela reciclagem

Cerca de metade de todo o lixo eletrônico é gerado na Ásia, onde poucos países possuem legislação adequada acerca do assunto, cuja aplicação geralmente não é feita de forma rígida.

As taxas de reciclagem e coleta ultrapassam 40% na Europa, onde a geração de resíduos per capita é a maior do mundo, chegando quase a 18 kg por ano. Na África, que gera menos lixo eletrônico que os demais continentes, as taxas de reciclagem e coleta são ainda menores, girando em torno de 1%.

“As pesquisas mais recentes mostram que o desafio global representado pelo lixo eletrônico só vai crescer”, disse Cosmas Zavazava, executivo da International Telecommunication Union, uma das agências da ONU responsáveis pela elaboração dos relatórios. Zavazava disse também que menos da metade do mundo aborda adequadamente o problema e que é necessária regulamentação eficiente para impulsionar a coleta e a reciclagem.

Esse tema merece a atenção de governos, empresas e da sociedade em geral, pelos impactos que pode trazer ao meio ambiente.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

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Projeto desenvolvido pela EDUCA WEB RADIO com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2024.

Com o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, a EDUCA se une a essa iniciativa para promover o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação no Brasil.

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