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Novas baterias podem revolucionar os veículos elétricos
Por Vivaldo José Breternitz
Publicado em 26/05/2025 14:08
Ciência & Tecnologia

Novas baterias podem revolucionar os veículos elétricos

Vivaldo José Breternitz (*)

 

O próximo grande salto no desenvolvimento de veículos elétricos talvez não venha de recargas mais rápidas ou de softwares mais inteligentes, mas sim de uma transformação radical na própria bateria: ela poderá se tornar parte integrante da estrutura do carro.

Cientistas estão desenvolvendo um novo tipo de bateria que deve fazer parte da estrutura do veículo, reduzindo drasticamente seu peso ao mesmo tempo em que melhora seu desempenho — uma mudança com potencial para revolucionar o mundo dos carros elétricos.

As tradicionais baterias de íon-lítio, embora potentes, são volumosas e pesadas. Seu formato obriga os engenheiros a projetar sistemas de bateria que ocupam muito espaço e comprometem a eficiência do veículo. Já as baterias estruturais exerceriam dupla função: além de armazenar energia, passariam a compor partes fundamentais do veículo, como o teto ou o chassi.

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, estão trabalhando nessa inovação, que utiliza fibra de carbono tanto como material de armazenamento de energia quanto como elemento estrutural. Essa universidade tem foco em pesquisa, e é considerada uma das melhores, senão a melhor, universidade sueca.

As baterias estruturais podem reduzir em até 20% o peso de um veículo elétrico, abrindo caminhos que vão desde permitir a instalação de motores mais leves e compactos até ao aumento da autonomia, que pode chegar a 70%.

Apesar de ainda haver desafios pela frente, a tecnologia está cada vez mais próxima da aplicação comercial. Segundo o portal Brighter Side of News, a startup sueca Sinonus AB, criada pelos pesquisadores da Chalmers,  já trabalha para levar as baterias estruturais ao mercado, começando por dispositivos eletrônicos leves e, futuramente, avançando para veículos, para o setor aeroespacial e para outros campos.

Atender aos veículos elétricos é estratégico: embora avanços recentes tenham acelerado o tempo de recarga e aumentado a autonomia, o problema do peso excessivo das baterias ainda não foi resolvido.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor e consultor – vjnitz@gmail.com.

 

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