Lufthansa eliminará 4 mil empregos em função da IA
Vivaldo José Breternitz (*)
A Lufthansa, maior companhia aérea da Alemanha, acaba de informar que eliminará quatro mil postos de trabalho até 2030, pela utilização de inteligência artificial, digitalização e consolidação de processos entre suas subsidiárias.
A medida atingirá principalmente funções administrativas, não operacionais, com a maior parte das demissões concentrada na Alemanha. Segundo a empresa, a IA será usada para automatizar tarefas repetitivas e eliminar duplicação de trabalho entre as diferentes marcas do grupo.
O grupo Lufthansa reúne, além da companhia alemã, outras quatro grandes operadoras europeias: Austrian Airlines, Swiss, Brussels Airlines e ITA Airways, sucessora da italiana Alitalia.
A empresa busca consolidar processos que hoje são executados de forma diferente em cada subsidiária, muitas vezes com redundância, aumentando a eficiência em todas as áreas de negócio.
A Lufthansa anunciou também investimentos maciços em modernização da frota, devendo incorporar até 2030 cerca de 230 novas aeronaves, sendo 100 modelos de longa distância.
A estratégia pretende juntar redução de custos operacionais com expansão de capacidade, buscando resultados significativamente melhores a partir de 2030, quando a nova estrutura enxuta e a frota modernizada estarão plenamente operacionais, pretendendo superar os problemas que enfrentou em 2024, quando registrou resultados inferiores ao previstos, gerados em parte por greves de seus empregados e aumento da competição.
A notícia traz mais preocupações sobre o ritmo das mudanças geradas pela IA no mercado de trabalho; com o anúncio da Lufthansa, o debate sobre os impactos sociais da inteligência artificial ganha novo capítulo, desta vez envolvendo uma das maiores empresas de aviação do mundo e milhares de empregos diretos na Europa.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.