A Geração Z, formada por jovens nascidos a partir de meados da década de 1990 até o início dos anos 2010, cresceu em um contexto marcado por grandes avanços tecnológicos e mudanças sociais aceleradas. Desde cedo, esses jovens estão imersos em ambientes digitais e, ao mesmo tempo, lidam com incertezas econômicas e desafios globais, como as mudanças climáticas. Nesse cenário, a saúde mental se tornou um tema central, visto que pressões externas e questões internas podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos.
Um dos principais fatores de impacto na saúde mental da Geração Z é o uso intensivo das redes sociais. Embora essas plataformas promovam interações e conexões, também geram situações de comparação constante, levando a sentimentos de baixa autoestima e insatisfação pessoal. Além disso, o cyberbullying e a necessidade de manter uma presença online relevante contribuem para o aumento do estresse e da ansiedade. O excesso de tempo conectado dificulta a desconexão mental, ampliando a sobrecarga emocional e o esgotamento.
A ansiedade e a depressão vêm crescendo entre os jovens dessa faixa etária. A pressão acadêmica e profissional, somada à incerteza em relação ao futuro, pode provocar sentimentos de insegurança e desesperança. Problemas globais, como as crises econômicas e as mudanças climáticas, afetam a forma como esses jovens enxergam as próximas décadas, alimentando preocupações sobre estabilidade e propósito de vida.
Diante desses desafios, a família e as instituições de ensino desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar emocional. Manter canais de diálogo e escuta ativa, valorizando a empatia e a compreensão, é essencial para que os jovens se sintam acolhidos ao expor suas dificuldades. Escolas e universidades que investem em projetos e ações de conscientização sobre saúde mental, bem como em apoio psicológico, contribuem para reduzir o estigma e facilitar o acesso a ajuda profissional.
Nesse contexto, a adoção de estratégias de autocuidado é de grande importância. Muitos jovens da Geração Z têm buscado a terapia — tanto presencial quanto online — como forma de lidar com a ansiedade, a depressão e outras questões emocionais. Atividades físicas, hobbies e práticas artísticas ajudam a equilibrar as responsabilidades acadêmicas e profissionais, além de promover momentos de lazer e descanso. A atenção plena (mindfulness) e a meditação são ferramentas que auxiliam na regulação emocional, aliviando o estresse e reforçando hábitos de vida mais saudáveis.
Apesar das dificuldades, há tendências positivas que podem contribuir para a melhoria da saúde mental dessa geração. Cada vez mais, o tema é discutido abertamente em redes sociais, eventos e rodas de conversa, o que diminui o estigma e estimula o compartilhamento de experiências. Além disso, há um aumento de iniciativas online de suporte, como grupos de ajuda e aplicativos focados em bem-estar, que permitem aos jovens encontrar espaços virtuais de acolhimento e orientação. A valorização da diversidade e a busca por inclusão também se mostram presentes, reforçando a importância de ambientes respeitosos e seguros para todos.
Texto: Educa Web Radio
Fonte da imagem: https://www.anf.org.br/depressao-entre-jovens-o-mal-da-negligencia-da-saude-mental/