O CARRAPATO ESTRELA, UM PERIGO PARA A VIDA HUMANA
Elisabete Panssonatto Breternitz (*)
O carrapato-estrela, também conhecido como carrapato-de-cavalo, é uma espécie de carrapato que existe praticamente no Brasil, sendo o principal vetor da bactéria causadora da febre maculosa, uma doença extremamente grave, que pode levar à morte.
Entender seu ciclo de vida e os animais que ele parasita é fundamental para a prevenção e controle dessa doença.
Este carrapato possui um ciclo de vida complexo, passando por três estágios ativos: larva, ninfa e adulto. Em cada um desses estágios, ele precisa se alimentar de sangue de um hospedeiro.
A diversidade de animais que servem de hospedeiros para o carrapato-estrela é vasta e inclui tanto animais silvestres quanto domésticos, o que facilita sua proliferação em diferentes ambientes.
No estágio de larva, os carrapatos são muito pequenos e procuram por hospedeiros de pequeno porte, como roedores (capivaras e ratos), aves e pequenos mamíferos. As capivaras, em particular, são consideradas hospedeiros que muito contribuem para a proliferação da febre maculosa, desempenhando um papel decisivo na manutenção do ciclo da doença no ambiente.
Quando se transformam em ninfas, os carrapatos já estão um pouco maiores e podem parasitar hospedeiros de médio porte, como gambás, tatus, coelhos e até mesmo cães. É importante notar que, em áreas endêmicas, cães que passeiam por regiões de mata ou pasto podem se infestar e trazer carrapatos para o ambiente doméstico, embora raramente desenvolvam a forma grave da febre maculosa.
No estágio adulto, o carrapato-estrela atinge seu maior tamanho e busca por hospedeiros de grande porte, como cavalos, bois, veados e, infelizmente, seres humanos. É nesse estágio que a picada do carrapato é muito perigosa para o homem, pois o carrapato adulto já pode estar infectado com a bactéria da febre maculosa.
A transmissão da doença ocorre quando o carrapato infectado permanece aderido à pele por um período mínimo de 4 a 6 horas.
A presença de carrapatos-estrela está intimamente ligada a ambientes com vegetação densa, áreas de pastagem e à presença de seus hospedeiros, especialmente as capivaras.
A conscientização sobre os riscos e a adoção de medidas preventivas, como o uso de repelentes, a inspeção corporal após atividades em áreas de risco e o controle de carrapatos em animais domésticos, são essenciais para evitar a febre maculosa, que como dissemos, pode ser mortal.
(*) Elisabete Panssonatto Breternitz, Especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora.