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Tecnologia e fraudes no pôquer e nas apostas esportivas
Por Vivaldo José Breternitz
Publicado em 05/11/2025 16:11
Ciência & Tecnologia

Tecnologia e fraudes no pôquer e nas apostas esportivas

 

  Vivaldo José Breternitz (*)


O mundo do basquete americano ficou chocado com a recente prisão de Chauncey Billups, um atleta famoso e atual técnico do Portland Trail Blazers, acusado de envolvimento em um sofisticado esquema de fraudes em jogos de pôquer.

A operação, conduzida pelo FBI, revelou conexões com as famílias mafiosas Gambino, Bonanno, Lucchese e Genovese e o uso de tecnologia avançada para fraudar partidas de pôquer em ambientes privados.

Segundo o FBI, o esquema utilizava dispositivos tecnológicos para fraudar os jogos. Máquinas utilizadas para embaralhar cartas foram modificadas com microcâmeras e sensores ópticos capazes de escanear e registrar a ordem das cartas a serem distribuídas aos jogadores. Essas informações eram transmitidas via rádio ou Wi-Fi a um operador externo, que repassava os dados por diversos meios, como por exemplo, vibrações em smartwatches, a um membro da quadrilha que estava jogando.

Outros recursos utilizados eram a marcação de cartas com   tinta visível apenas com o uso de lentes especiais, permitindo aos trapaceiros enxergar as cartas dos adversários. Algumas mesas tinham sensores embutidos que liam as cartas colocadas sobre elas; fichas dotadas de microchips RFID, funcionando como antenas, transmitiam esses dados a um sistema operado pela quadrilha.

Os lucros obtidos eram lavados por meio de criptomoedas e empresas offshore. Billups e outros antigos astros da NBA eram usados como iscas para atrair milionários a essas rodas de pôquer.

No âmbito da mesma operação do FBI, também foram presos Damon Jones, ex-jogador do Cleveland Cavaliers e conhecido por sua ligação com LeBron James e Terry Rozier, jogador do Miami Heat, ambos acusados de passar informações sigilosas sobre atletas, inclusive dados médicos, a envolvidos com apostas.

O escândalo reacende o debate sobre as ligações entre o esporte profissional e o crime organizado, especialmente na área das apostas, que vem se popularizando no Brasil. Também deve ser lembrada a possibilidade de tecnologia de ponta ser utilizada em fraudes na área de jogos em geral.

 

 (*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.

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