Elisabete P. Breternitz (*)
As taxas de vacinação contra o sarampo diminuíram em todo o mundo desde o início da pandemia de COVID-19, deixando milhões de crianças suscetíveis ao vírus, de acordo com novos dados trazidos por um relatório conjunto das organizações Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e World Health Organization (WHO), mantidas respectivamente pelo governo americano e pela ONU.
Isso deve acender um sinal vermelho em todo mundo, inclusive no Brasil, pois o sarampo é um dos vírus mais contagiosos, embora seja totalmente evitável por meio da vacinação.
Segundo o relatório, em 2021 um recorde de quase 40 milhões de crianças perderam a primeira ou a segunda dose da vacina contra o sarampo, o que significa que não estão protegidas contra o vírus, que naquele ano gerou cerca de 9 milhões de casos e 128 mil mortes.
O CDC e a WHO dizem que o mundo está muito abaixo do nível de vacinação necessário para atingir a imunidade coletiva contra o sarampo; esse nível é estimado em 95% da população. Atualmente apenas 81% das crianças do mundo receberam a primeira dose da vacina e 71% receberam a segunda dose – essa é a menor taxa de cobertura desde 2008.
Isso já levou 22 países a experimentarem graves surtos de sarampo em 2021, que seguem acontecendo em 2022; desde 2016, 10 países que já haviam eliminado o sarampo tiveram surtos.
No caso do Brasil, governos, escolas e famílias precisam trabalhar para a conscientização acerca da gravidade da situação.
(*) Elisabete P. Breternitz, especialista em Língua Inglesa pela UNESP, é professora.