‘Nariz Eletrônico’ identifica vinhos
Vivaldo José Breternitz (*)
O jornal italiano la Repubblica noticía que o mundo dos vinhos está ganhando uma nova ferramenta: um “nariz eletrônico” capaz de reconhecer as características do produto e sua origem.
Produto de pesquisas conduzidas pela física italiana Sonia Freddi, da Università Cattolica del Sacro Cuore, a descoberta abre novos caminhos para o controle de qualidade do produto – seu uso poderá ser estendido para outros alimentos e bebidas, líquidos e sólidos.
Segundo a pesquisadora, alimentos e bebidas emitem moléculas específicas de gás que podem indicar se um produto está fresco ou deteriorado. O ‘nariz eletrônico’, que detecta essas moléculas biomarcadoras por meio da análise dos seus componentes voláteis, é uma plataforma de sensores à base de nanotubos de carbono e grafeno, capazes de identificar essas moléculas.
O vinho, em particular, é caracterizado por componentes organolépticos e voláteis específicos, cerca de 800 diferentes, que identificam não apenas sua composição química e o tipo de uva utilizada, mas também sua procedência.
A ferramenta foi testada com vinhos brancos e tintos das variedades Pinot Grigio, Pinot Rosso, Lugana, Chardonnay, Sauvignon, Prosecco, e Rime Rosé, tendo o ‘nariz eletrônico’ sido capaz de identificar com precisão os diversos vinhos testados além detectar sua a frescura e adulterações.
Essa pode ser uma ferramenta particularmente valiosa, considerando-se que na Europa a venda de bebidas falsificadas movimenta 3 bilhões de euros anualmente.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – vjnitz@gmail.com.