A recente reportagem do Estadão sobre o prêmio Marcas Mais 2025 (O Estado de S. Paulo — 30 out. 2025) reforça um ponto essencial para qualquer organização que deseja se manter competitiva no mercado atual: trabalhar estratégias empresariais de forma consistente é uma necessidade, e não uma opção. Ao destacar empresas como Atacadão, OMO, Hering e General Motors, o jornal evidencia que o sucesso não é fruto do acaso, mas da capacidade de aliar tradição, propósito, inovação e adaptação constante às mudanças do ambiente competitivo.
Essa perspectiva dialoga diretamente com alguns dos principais autores da estratégia. Michael Porter, por exemplo, afirma que empresas que alcançam vantagem competitiva sustentável são aquelas capazes de ocupar posições únicas no mercado, seja pela diferenciação, pelo custo ou por um foco muito bem definido. Observamos isso claramente no posicionamento das marcas premiadas: o Atacadão consolida liderança com escala e eficiência; OMO se apoia no vínculo emocional construído por gerações; a Hering equilibra tradição com renovação contínua; e a General Motors aposta no tripé inovação, segurança e tecnologia.
Ao mesmo tempo, Henry Mintzberg lembra que estratégia não nasce apenas de grandes planos, mas também das decisões que emergem do dia a dia, da capacidade das empresas de aprender com o ambiente e ajustar suas rotas quando necessário. A matéria do Estadão mostra justamente isso: marcas centenárias permanecem relevantes porque conseguem manter coerência ao longo do tempo, mas estão sempre prontas para se transformar diante de novas demandas sociais, tecnológicas e culturais.
A visão de Gary Hamel e C. K. Prahalad também se aplica ao contexto apresentado. Em “Competindo pelo Futuro”, os autores defendem que empresas vencedoras não apenas respondem ao mercado — elas constroem o futuro que desejam ocupar. Isso se reflete na postura de marcas como a Hering, que destaca sua missão de atravessar gerações, e da General Motors, que acompanha as transformações sociais e tecnológicas ao mesmo tempo em que projeta soluções para o amanhã. São organizações que não esperam que o mercado mude para depois reagirem; elas lideram movimentos, estabelecem tendências e moldam percepções.
A mensagem principal que a reportagem do Estadão nos traz é clara: empresas reconhecidas são aquelas que combinam coerência estratégica com capacidade de reinvenção. Elas entendem que o consumidor de hoje valoriza marcas humanas, responsáveis e tecnologicamente preparadas — marcas que sabem usar dados, inovação e propósito para entregar valor real. Em um Brasil cada vez mais dinâmico e competitivo, a estratégia deixa de ser apenas uma ferramenta gerencial para se tornar uma disciplina permanente de sobrevivência, crescimento e relevância. As marcas premiadas mostram que vencer na dinâmica competitiva exige visão, constância, sensibilidade ao comportamento do consumidor e, acima de tudo, uma estratégia sólida que alinha passado, presente e futuro.
Fulvio Cristofoli
EDUCA WEB RADIO